quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Vinicius faz 100...e cai no ENEM!

O povo que já prestou o Exame Nacional do Ensino Médio(ENEM) sabe que a prova cobra assuntos da atualidade, além de inúmeras datas comemorativas, efemérides, entre outras coisas. Foi pensando nisso que eu resolvi elaborar esse post, comentando um pouco da vida e da obra de um dos maiores poetas brasileiros, que, em 2013, comemoraria 100 anos de idade: Vinicius de Moraes.

Vinicius nasceu em 19 de outubro de 1913, na Gávea, bairro do Rio de Janeiro. Filho de dois músicos amadores( o pai era funcionário público e violonista, a mãe era pianista), demonstrou seu interesse por poesias ainda jovem,quando ingressou na Escola Primária Afrânio Peixoto. Foi aluno do tradicional Colégio Santo Inácio, além de ter se formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Catete(hoje integrada à UERJ) e ter estudado Literatura na Universidade de Oxford(em suma, ele era "O Cara" rs). Foi ,além de poeta, crítico de cinema, dramaturgo, jornalista e compositor. A sua obra literária,a princípio,possui como características uma forte influência da estética simbolista, através da abordagem de temas como a religiosidade e a oscilação entre matéria/espírito. Após  algum tempo, o poeta passou a se dedicar mais ao cotidiano e aos temas amorosos, utilizando a forma tradicional do soneto(influência de Camões) e a figura de linguagem que melhor expressa a contradição de estar apaixonado, a antítese. Foi parceiro de outro grande nome da arte brasileira, Toquinho,com quem compôs belas músicas.







Abaixo, duas produções de Vinicius:

"O verbo no infinito

Ser criado, gerar-se, transformar
O amor em carne e a carne em amor; nascer
Respirar, e chorar, e adormecer
E se nutrir para poder chorar

Para poder nutrir-se; e despertar 
Um dia à luz e ver, ao mundo e ouvir
E começar a amar e então sorrir
E então sorrir para poder chorar.

E crescer, e saber, e ser, e haver
E perder, e sofrer, e ter horror
De ser e amar, e se sentir maldito

E esquecer de tudo ao vir um novo amor
E viver esse amor até morrer
E ir conjugar o verbo no infinito..."


"Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure."

Para saber mais, visite o site oficial do artista:(link aqui)

4 comentários:

  1. Muito bacana! Vale a pena ler os poemas a partir de uma análise crítica.

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    1. hehe obg... é legal pq o enem cobra mt essas coisas; mesmo que seja uma prova basicamente de interpretação,não dá pra chegar lá sem saber nada de Literatura...:)

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