sábado, 16 de março de 2013

Para descontrair e aprender

Olá, caros vestibulandos! Como vão os estudos? Hoje venho lhes apresentar duas sugestões maravilhosas para aprender e descontrair a cabeça. Fim de semana(pelo menos para mim) é sinônimo de dias repletos de bons filmes e livros. Mas, quando se é vestibulando(e um vestibulando meio noiado, como eu fui), qualquer mísero minuto de diversão vem acompanhado daquela máxima:"Eu deveria estar estudando..." Que tal, então, unir o útil ao agradável e exorcizar a culpa das suas vidas?

Selecionei duas HQ's que trazem uma abordagem fantástica sobre um tema mega atual da Geografia política: o Irã. Esse país, situado no Oriente Médio, encontra-se no centro de algumas questões geopolíticas importantes, principalmente relacionadas ao programa nuclear desenvolvido com o aval de seu presidente, Mahmoud Ahmadinejad (sim, eu copiei e colei do Google, porque não sabia bem como escrevê-lo). Saber um pouco mais de sua história e cultura é imprescindível para não ter "surpresinhas" na hora do vestibular. E histórias em quadrinhos são muito rápidas de se ler, então sobra bastante tempo para vocês focarem em seus livros-texto. Considerem minhas sugestões como leituras complementares. Enfim,aí vai:

-Persépolis-Completo ( Satrapi, Marjane)-Editora Cia das Letras: Autobiografia da escritora iraniana, que tinha apenas dez anos na época da Revolução Islâmica, de 1979. A graphic novel oferece detalhes interessantes sobre esse período, além de uma breve introdução, que conta a história do Irã desde seus tempos de Pérsia rs. Eu simplesmente adorei o livro, e recomendo-o muito, tanto para aqueles que vão prestar vestibular como para quem apenas procura por uma leitura descontraída, interessante e enriquecedora. Um detalhe interessante é que fiquei sabendo de Persépolis através da revista de Atualidades do Guia do Estudante. 



Capa da HQ
Detalhe da história. A arte aparentemente simples da HQ contribui para dar uma
impressão infantil ao relato, já que Marjane começa sua história com 10 anos

-O Paraíso de Zahra(Amir e Khalil) - Editora LeYa: Uma história emocionante da busca de uma mãe pelo filho, desaparecido durante os protestos contra o resultado das eleições presidenciais do Irã, em 2009, que elegeram o atual governante do país, Mahmoud Ahmadinejad. O pano de fundo do enredo é puramente político, e contribui para desvendar as razões de um conflito ainda em andamento no país. "O paraíso de Zahra" foi lançado primeiramente como uma história on-line, e seus idealizadores mantêm seus verdadeiros nomes em sigilo, por razões óbvias. Li essa graphic novel em apenas algumas horas, e fiquei simplesmente maravilhada e chocada. Para quem possui a intenção de expandir seus horizontes, é uma excelente pedida. 




Capa da HQ


Detalhe da história. Atente para a riqueza de detalhes da arte(maravilhosa, por sinal)

Essa foi a dica de hoje! Dúvidas, sugestões ou puxões de orelha, envie um e-mail para nathaliatgm@hotmail.com, deixe um comentário no post ou envie uma mensagem para a fanpage, no Facebook. Abraços e bons estudos! :D


segunda-feira, 4 de março de 2013

Decifrando a redação do ENEM- parte 2

Saudações, vestibulandos! Como vão os estudos? Hoje, para muitos de vocês, começa mais uma semana repleta de apostilas, livros, cadernos, exercícios etc. E para mim, após um longo tempo sem postar nada novo por aqui, começa uma semana de expectativa: nesta sexta-feira, dia 8, farei matricula na UFRJ. Pode parecer besteira, mas para quem sonhou com isso durante uma boa parte da vida, é muito importante rs Enfim, após esse breve momento de compartilhamento de idéias, vamos ao que realmente interessa nesse post: comentários sobre a redação do ENEM.

Quem teve paciência de ler toda a redação que eu publiquei no post anterior deve ter percebido alguns aspectos, como clareza, objetividade, simplicidade, preocupação gramatical, coesão, coerência, dentre outros. Muita coisa que precisa ser usada na redação do ENEM pode ser aplicada a qualquer outro vestibular que cobre o mesmo gênero textual(dissertação argumentativa), mas algumas diferenças básicas têm de ser destacadas.

A primeira e mais notável das características da redação do ENEM é a necessidade(em negrito, para chamar bem a atenção rs) de uma proposta de intervenção social que respeite os direitos humanos(não, não é para assustar), ou seja, uma solução. Mas não pode ser uma solução banal, bobinha. Pense que vocês estão disputando uma vaga nas universidades mais concorridas do país, e que para alcançá-la, é preciso agir e pensar de modo diferente da maioria. O senso comum(ou seja, aquela noção que todo mundo tem sobre um determinado assunto, a opinião pública e coletiva sobre a realidade) deve dar lugar a um pensamento bem fundamentado e, acima de tudo, cauteloso. Não adianta querer virar uma espécie de revolucionário utópico e extremista, escrevendo soluções radicais ou impossíveis de serem aplicadas na sociedade atual. "O mundo precisa ser um lugar melhor", "devemos preservar o meio ambiente e acabar com a sociedade de consumo", tudo isso é proposta, mas não pode ser aplicado, pelo menos não agora. Outro erro comum na hora de elaborar as idéias é não expor os meios(ou seja, como) usados para concretizar a sua solução. Tem gente que acha que dizer "investir em educação é primordial" é suficiente para garantir uma boa nota. Pessoal, vamos raciocinar: o governo espera que um aluno que cursou o Ensino Médio saiba escrever um pouco mais que o óbvio, o trivial. "Como investir em educação?""Quem deve investir?""Qual a finalidade de investir em educação?" e outras perguntas são uma boa maneira de impedir que vocês continuem na mesmice do discurso feito, do clichê.

Outra dica primordial: sejam sempre claros, concisos e diretos ao escrever. Metáforas, metonimias, frases de efeito, Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector, deixem tudo isso para os textos literários(ou para o Facebook, a Terra Prometida das indiretas e das meias-palavras). Lembrem-se: a finalidade da dissertação argumentativa é convencer o leitor da validade da tese apresentada, então não adianta tentar convencer ninguém(nem mesmo o corretor) "falando bonito" e não dizendo nada de muito interessante ou pertinente ao tema. Não estou aqui para julgar os dotes literários de ninguém, mas tenho forte impressão de que se Machado de Assis, Lima Barreto ou qualquer outro autor consagrado e idolatrado nos livros de Literatura escrevesse a redação da forma que escrevia seus livros, teria uma pontuação fraca.

Por fim, ouçam sempre o que os especialistas têm a dizer. Um bom escritor é, acima de tudo, bom leitor e bom ouvinte. Não adianta querer fazer do seu jeito e insistir nos erros, para tentar provar algo( o quê?) para alguém(quem?). Amadurecer é necessário para quem quer ingressar na faculdade :D

Abraços e bons estudos!